Toresco

Ponta de lápis partida!

segunda-feira, maio 31, 2004

Perguntaram-me o que de mais desagradável aconteceu recentemente em Portugal. A minha resposta: "A assinatura da revisão da Concordata entre o Estado Português e o Vaticano".

quarta-feira, maio 26, 2004

De vez em quando faz falta dar uma volta pelo mundo, ainda que seja por perto. Quando tal acontece entendemos melhor a quem pertencemos! E se esse encontro com o mundo me fizer compreender melhor o valor do que já possuo, então revelo que sou feliz. Ainda que chegasse a entender o contrário, uma verdade me restaria: "há um espaço a ocupar por cada um e importa que esse espaço seja encontrado junto das flores do seu jardim."
Para os amados, a ausência faz brotar a fonte dos sentimentos e torna clara a qualidade do desejo. Para estes, estar longe é querer estar ao lado!

segunda-feira, maio 17, 2004

A "minha" verdade pode ser a "tua" mentira. Mas a "tua" mentira pode tornar-se um elemento afirmativo da "minha" verdade. A "minha" verdade vive da "tua" mentira. Eu extraio da "tua" mentira a firmeza da "minha" verdade. É na "tua" mentira que encontro a fragilidade que não quero para a "minha" verdade. É por isso que respeito a "tua" mentira, porque ela torna-se um elemento de sobrevivência da "minha" verdade. É isto um elogio à mentira? Pergunta quem lê. Não! É a verdade da mentira. É a evidência, logo é verdade, que ambas existirão e que uma nutre a outra. Perguntarei: "É, então, a mentira um mal necessário à verdade?" Até certo ponto, sim! Mas só é escravo da mentira quem quer.

sábado, maio 15, 2004

Ensinar a verdade com convicção de que sou agraciado por tê-la é um sentimento que não se encontra em todos. Muitos há que sentem que a verdade lhes saiu por sorte, tipo lotaria. Estes são aqueles que mesmo que a não tivessem viveriam bem sem ela. São aqueles que jamais entenderão o valor de possuí-la, a verdade.
Mas o que é a verdade? Correntes filosóficas fazem-nos crer que a verdade é relativa. Depende da verdade! Se verdade para nós for o que mais desejamos, então estamos enganados quanto à verdade da verdade. Mas se verdade para nós for o que mais almejamos, então estamos no caminho da verdade. Se verdade for aquilo que mais procuramos, então alcançaremos a verdade. Porquê? Porque a verdade é viva. Tal como a sabedoria dos Provérbios, ela é omnipresente! Caminha ao nosso encontro! Todo o ser humano se devia sentir atraído por ela, pois há um vínculo entre nós e ela, a verdade, da qual fomos separados pela incapacidade de nos mantermos nela. Isso leva-nos lá longe no tempo, quando o homem vivia na verdade mas que por ingerência exterior se viu privado da capacidade de andar na verdade. Foi expulso da casa da verdade! A partir daí procurou criar muitas verdades, não mais a verdade. E chega aos nossos dias com a ideia de que cada um tem a sua verdade! Tu próprio, dizem-nos, és a verdade. É mentira que somos verdade! Eu posso alcançar verdade se a buscar na Pessoa certa, na mesma Pessoa que nos afastou dela por semos incompatíveis com a Verdade. Sinto que a verdade me faz falta! Não posso viver sem ela! Por isso a busco, e ao buscá-la, a encontro.

sexta-feira, maio 14, 2004

Uma nova Basílica em Fátima. Reunirá as iguarias profanas da "Babilónia" do passado. Curiosamente, ambas começam com "B".
Há milhares de pessoas neste país adorando falsos deuses. Talvez por isso estamos na cauda do desenvolvimento apesar de sermos um país com uma grande História. Somos os últimos em tudo!
As verdadeiras mudanças dão-se em primeiro lugar na mente e no coração. E muitos portugueses permanecem escravos dessa inquisição mental impressa por muitos anos nas suas mentes, por uma Entidade que se arroga representativa do povo português. Já que somos um país maioritariamente Católico-Romano, a quem deve o povo português pedir contas pelos anos de educação religiosa obrigatória nas escolas públicas e quem foi que formou a mentalidade corrupta dos nossos dias? Quem se arroga dos privilégios deverá assumir as responsabilidades também!

quarta-feira, maio 12, 2004

Somos encorajados a deixar o automóvel em casa e ir de transportes públicos para o emprego. Segui o conselho por necessidade. A experiência resultou no seguinte: o transporte público (Expresso) além de ficar mais despendioso que viajar de carro, ainda tive direito a ouvir um pedido muito especial de um senhor de 60 anos para o condutor: "importa-se de parar para eu ir fazer chichi?" Com toda a razão, certamente. O segundo transporte foi um táxi no aeroporto. O condutor estava "fula" porque ao fim de uma hora consegue um serviço que lhe rende a módica quantia de 3,55 euros (do aeroporto a Moscavide). Ainda bem que calhou comigo, um obreiro evangélico e pastor baptista que transporta um grande inconveniente: não dar escândalo e estar proibido de chamar um nome dos que se dizem lá na terra. Uma coisa é certa: não há nada melhor que viajar no carrinho próprio, onde posso conduzir relaxadamente, ouvir a estação de rádio que quero, comer amendoins ou trincar maçãs. É o meu luxo!

terça-feira, maio 11, 2004

Fiz um pedido a um departamento. Recebi a resposta de que não era possível atenderem o meu pedido porque o que eu desejava havia sido tudo emprestado para as peregrinações a Fátima. Fátima mobiliza o exército também! É a defesa ao serviço da religião! Espero que não venhamos a ver soldados a fazer sentinela ao "Quartel General" da Cova da Iria, um dia destes.

segunda-feira, maio 10, 2004

As decisões difíceis não são as que nos fazem balançar entre o bom e o melhor de forma a tirar delas o melhor proveito, mas sim, as que nos obrigam ao compromisso do que devemos sem verdadeiramente o querermos. Neste caso, até chegamos a pedir que um bom imprevisto venha de forma a ajudar-nos a optar pela escolha que desejamos, em função da que a que o compromisso nos obriga. É uma daquelas alturas em queremos que as circunstâncias nos favoreçam. Somos assim! É a prova provada da nossa incapacidade de sabermos o que é melhor para o momento certo. Sim, porque o que é melhor hoje pode não ser amanhã. Um desejo hoje pode ser renúncia amanhã. Não devia ser assim, mas é!
Já não é só o dilema de Paulo - "o mal que não quero esse faço e o bem que quero, esse não faço"; é muito mais que isso. É querer o que quero e não poder querê-lo porque querer maior se impõe ao meu querer. Parece que estou confuso, mas cá para mim, estou a entender-me bem!

sexta-feira, maio 07, 2004

Dentre as boas imagens que se arquivam no coração, ao longo da vida, estão aquelas que recordam o nascimento dos nossos filhos. Lindo! São imagens únicas! Desfrutá-las da memória faz bem à vida. Reporta-nos ao passado gostoso, aos momentos desejados, a outras eras do nosso estado emocional quando tudo era imaginavelmente possível.
Devo esta reflexão à minha sobrinha-neta, Maria, que me trouxe à recordação o nascimento da Ester e do Ruben.
O nascimento é dos actos o mais belo! Talvez por isso o Mestre Jesus chamou à conversão - o novo nascimento.
Reflexão: Como é possível haver quem interrompa um nascimento?

segunda-feira, maio 03, 2004

As palavras do salmista David - "porque estás abatida ó minha alma", servem de mote para o desabafo que compartilho.
Porque estás abatida ó minha alma?
*Porque até os amigos me "tramam" e deixam escoar para o papel as letras da injustiça que me comprometem.
*Porque as pessoas com quem lido estão culturalmente habilitadas a não conseguir dizer bem, sem dizer mal também.
*Porque mesmo fazendo o meu melhor, há sempre quem se julgue capaz de chamar-lhe "porcaria".
*Porque me desgasto a ensinar valores e o que os ouvintes aprendem resulta em bufores.
*Porque no dia que precisar de alguém que faça justiça, a meu favor, aqueles que o podiam fazer chegaram ao Céu primeiro que eu.